Explicamos o que é o relatório, como é a sua estrutura e classificação. Além disso, quais são suas características e o que é reporting 2.0.
O que é um relatório?
o relatório é um tipo de narrativa jornalística que recompõe eventos de natureza noticiosa e os divulga para fins informativos. É considerado um gênero documental, embora possa conter informações subjetivas de seu autor, mas diferente da coluna de opinião ou da crônica, muito mais permissiva em termos de estilo.
A reportagem deve ser o mais contido possível na transmissão de posições sobre o que é narrado, como em quase todos os ramos do jornalismo; Ainda assim, espera-se de um relato um bom nível de análise do que é referido e um profundo conhecimento do assunto, o que confere certo destaque ao autor.
Os relatórios muitas vezes acompanhada de entrevistas ou outros tipos de abordagens informativas. Ele é frequentemente considerado um exemplo de jornalismo investigativo.
Veja também: Gêneros informativos e de opinião.
Contexto do relatório
O nascimento da reportagem está intimamente ligada à da imprensa escrita. Os redatores alimentavam as primeiras e rudimentares publicações, como boletins e panfletos, com histórias de interesse local, fofocas, assuntos que atraíam a atenção e de alguma forma eram de interesse público.
No século XIX, surgiu o relatório tal como o conhecemos, de mãos dadas com consórcios de informação e a necessidade, por exemplo, de testemunhas nas grandes guerras mundiais e fontes de informação localizadas no local dos acontecimentos, sem ter que esperar o final do evento para analisá-lo. Palavra repórter Foi usado pela primeira vez por Stendhal em 1829.
Estrutura do relatório
Existem muitas formas de fazer uma reportagem, e os jornalistas com maior dimensão autoral podem fazer praticamente o que quiserem. No entanto, a estrutura tradicional é mais ou menos a seguinte:
- Um índice, resumo ou título. Onde a informação é condensada e muito rápida.
- Um parágrafo de entrada. Onde a atenção do leitor é capturada e informações imediatas são fornecidas para serem colocadas no contexto da investigação.
- O corpo do relatório. Onde está a maior parte da informação.
- Um encerramento. Pode ser do tipo fechado (tira conclusões) ou aberto (convida o leitor a tirar as suas).
Virtudes esperadas do relatório
Duas grandes virtudes são esperadas de toda reportagem, a princípio:
- Completude. Espera-se que um relatório esgote as fontes disponíveis sobre um assunto ou delimite o quadro de informações do qual se nutre.
- Objetividade. Embora esse seja um ponto alto no jornalismo, espera-se que uma reportagem seja sincera sobre suas fontes, sua própria pesquisa e sua abordagem do assunto. Isso não necessariamente contradiz a tomada de posição ou a elaboração de uma reflexão, mas exige uma abordagem ética e informada do assunto.
Recursos de relatórios
um bom relatório faz uso de recursos bíblicos e retóricos (metáforas, contrastes, poderosas viradas expressivas), assim como a intertextualidade (entrevistas, citações, contos) e em muitos casos o suporte fotográfico ou audiovisual.
relatórios gráficos
Refira-se que o advento da fotografia e a sua estreita relação com o jornalismo deram origem a inúmeras fotorreportagens, caracterizadas pelos mesmos princípios expostos até aqui, mas nelas o documento visual tem muito mais destaque do que o texto escrito. Nesses casos, é o texto que está a serviço dos pontos de vista expressos no relato fotográfico.
Tipos de relatório
Existem vários tipos de reportagens, consoante o tipo de informação que pretendem cobrir e os tipos de discurso que utilizam para o fazer:
- Científico. Aborda uma dimensão do conhecimento tecnológico ou científico e o explica e interpreta em termos leigos.
- De investigação. Sem deixar de lado o enquadramento noticioso, o jornalista aprofunda um tema ou acontecimento sob múltiplos ângulos, acompanhando-o e completando um verdadeiro dossier informativo.
- Explicativo. Interessa-se por acontecimentos noticiosos, e detalha os aspectos deles considerados relevantes no momento histórico em que ocorrem.
- Narrativa. Semelhante à crônica, aborda o tema de interesse a partir de um relato narrativo de seus acontecimentos.
- Formal. Supostamente objetiva, ela se contenta em fornecer informações sobre o assunto, um pouco no estilo das resenhas de notícias.
- Autobiográfico. Cunhado pelo jornalista americano Tom Wolfe, este relatório assume o próprio jornalista como pivô para se aprofundar narrativa e descritivamente sobre determinado assunto.
- Descritivo. Aborda seu tema específico a partir da capacidade de observação e detalhismo do jornalista, de reconstituir as impressões captadas pessoalmente.
Tipos de fonte de informação
A fonte de um relatório pode ser tão variado quanto a coragem e o talento do jornalista permitirem. Histórias, entrevistas informais, tudo pode contribuir para a redação do artigo, embora existam fontes muito mais confiáveis e verificáveis, como documentação escrita, livros, publicações, jornais, programas de rádio ou televisão.
grandes repórteres
Houve repórteres notáveis na história, especialmente em condições políticas e sociais adversas, que muitas vezes lhes custaram caro. Um caso notável é o argentino Rodolfo Walshque publicou na clandestinidade reportagens denunciando a última ditadura militar argentina, e cujo bravo trabalho lhe custou seu desaparecimento forçado e assassinato.
Um caso menos infeliz é o de Joseph Pulitzer, inspirador do prêmio que hoje o homenageiacujo trabalho como repórter investigativo lançou muitas luzes sobre as redes de corrupção nos grandes consórcios econômicos internacionais, opondo-se a poderes verdadeiramente enormes e promovendo um jornalismo honesto e comprometido.
A importância de informar hoje
Diante do mundo hiperinformado de hoje, em que o papel da mídia é constantemente questionado, a reportagem torna-se importante diante das suas enormes possibilidades expressivas e a construção de um ponto de vista. De fato, pode-se dizer que atualmente há uma proliferação de pontos de vista que nem sempre contribuem para a democratização da informação.
O relatório 2.0
A Internet e as novas tecnologias parecem ameaçar a instituição jornalística, na medida em que qualquer cidadão pode se tornar uma voz crítica e informado sobre temas de interesse e notícias jornalísticas.
No entanto, o assunto funciona nos dois sentidos, uma vez que As redes sociais e o mundo 2.0 são uma gigantesca fonte de informação para os repórteres, e o jornalismo digital é uma forma de utilizar o hipertexto, os suportes multimédia, que tornam a reportagem uma experiência nova e mais atual do que nunca.
Por outro lado, a proliferação desordenada de pontos de vista e atores informativos legitima, consequentemente, a necessidade de vozes informadas.