Explicamos o que é demografia, o que esta ciência estuda e como é classificada. Além disso, quais são suas características, usos e importância.
O que é demografia?
A demografia é a ciência que estuda as populações. Pretende compreender as dinâmicas que determinam e acompanham três elementos fundamentais da vida humana em sociedade: o nascimento (fertilidade), a migração (emigração e imigração) e o envelhecimento (que inclui a mortalidade).
O nome desta disciplina vem das palavras gregas demos (“cidade”) e gráficos (“escrita”). É a descrição (muitas vezes estatística) dos processos das sociedades humanas, como sua dimensão, estrutura e características gerais.
Este conhecimento, organizado e representado em termos matemáticos, serve para alimentar outras ciências e disciplinas sociais. Em outros casos, os apoia em suas abordagens da vida humana e suas complexidades.
Veja também: Antropologia
história da demografia
O historiador é considerado o pai da demografia, O humanista e sociólogo árabe Abenkhaldún (Ibn Khaldun), de origem tunisiana (1332-1406).
Foi a primeira, sabe-se, que analisaram dados obtidos de populações de al-Andalus para tirar conclusões científicas.
Mais adiante, O inglês John Graunt (1620-1674) fundou a bioestatística e colocar em prática a demografia como uma ciência moderna, com suas Observações naturais e políticas feitas sobre as listas de mortalidade de 1662.
Outro ícone do nascimento da demografia moderna foi a publicação de Ensaio sobre o princípio da população de Thomas Robert Malthus. Lá ele alertou sobre os problemas futuros que a humanidade enfrentaria se continuasse seu curso demográfico histórico. Suas previsões se tornaram realidade, embora em datas diferentes.
O que a demografia estuda?
O objeto de estudo da demografia são populações humanas: sua configuração, conservação e eventual desaparecimento. Para isso, baseia-se nos princípios da fecundidade, mortalidade e mobilidade: nascimentos, mortes e migrações.
Destes três elementos fundamentais, qualquer população humana produzirá dados suscetíveis alimentar um estudo demográfico. O objetivo é obter conclusões científicas a partir desses dados.
tipos demográficos
Dois tipos básicos de demografia são reconhecidos, dependendo de sua abordagem:
- demografia estática. Estudo das populações humanas num determinado momento, tendo em conta a sua dimensão (número de pessoas), território (local de residência) e estrutura (composição em termos de sexo, idade, nacionalidade, língua falada, etc.)
- demografia dinâmica. Estudar as populações humanas a partir de uma perspectiva evolutiva, ou seja, em vários períodos de tempo. Ele registra a maneira como seu tamanho, território e estrutura mudam como resultado de processos como migração, educação, fertilidade etc.
conceito de população
Um dos conceitos-chave para entender a demografia é a população, que se refere a um conjunto estável de indivíduos ligados uns aos outros pela dinâmica reprodutiva. Os membros desse grupo compartilham a mesma identidade territorial, religiosa, cultural, étnica e/ou jurídica.
Isso significa que uma população é tal se se reproduz. A referida reprodução não é apenas biológica (reprodução de indivíduos), mas também cultural, ou seja, preserva as referidas características identitárias mais ou menos intactas.
principais teorias
Existem três principais teorias demográficas sobre o comportamento humano:
- A teoria da transição demográfica. A teoria clássica propõe que a mudança demográfica é um processo contínuo cujas três arestas são nascimento, mortalidade e migração. O controle dessas variáveis permite às sociedades reduzir o impacto de quatro grandes riscos demográficos de qualquer sociedade: alta mortalidade (que causa diminuição do número de indivíduos), alta fecundidade (que causa descontrole populacional), crescimento demográfico acelerado (que causa esgota os recursos disponíveis) e a estrutura seria jovem (o que leva a relações de dependência).
- A teoria da segunda transição demográfica. Esse conceito, cunhado em 1986, explica os padrões de comportamento familiar nas nações ocidentais com baixas taxas de mortalidade e fertilidade (populações envelhecidas). Isso supõe o aumento da solteirice, o adiamento do casamento, o adiamento do primeiro filho, a expansão dos nascimentos fora do casamento, o aumento dos divórcios e a diversificação dos modos familiares existentes.
- A teoria da revolução produtiva. Esta teoria critica os postulados da Teoria da Transição Demográfica e aspira propor uma mudança de paradigma na análise das populações. Ele entende o futuro das sociedades como sistemas e rejeita os alertas de esgotamento e enfraquecimento da população que foram propostos na teoria clássica.
Mecanismos de análise
Já no Império Romano, O dízimo e outros mecanismos de participação cidadã foram usados como um instrumento para medir a composição do povo. Envolveu-se a figura do censor: o responsável por levantar a população e fazer seus inventários (censos) para obter dados relevantes de grandes populações.
Esta prática ainda é preservada: censos, inquéritos e consultas alimentar dados estatísticos em tabelas demográficas. Esses dados são representados por gráficos e precisam sempre ser apresentados com um contexto explicativo para que se possam tirar conclusões sobre o comportamento das sociedades estudadas.
Em alguns casos, as conclusões também têm valores preditivos: permite que sejam feitas suposições sobre para onde o destino da população apontará, dadas as tendências atuais. Claro, eventos catastróficos como guerras ou cataclismos não podem ser previstos dessa maneira.
densidade populacional
A densidade populacional é uma das medidas mais comuns de estudos demográficos. É uma figura que expressa o número de pessoas que vivem em uma determinada região: uma cidade, uma província, um país ou um continente. Isso é normalmente expresso em habitantes por quilômetro quadrado de território (hab/km2).
Taxa de natalidade
Outro importante indicador demográfico refere-se o número de bebês nascidos em um determinado período de tempo, em uma população. Quanto maior a taxa de natalidade, ou seja, quanto mais filhos nascem por ano, mais jovem é a população.
Se esta taxa exceder a taxa de mortalidade, então a população tende a crescer, ou seja, aumentará seu número de habitantes (e, portanto, seu volume de bens necessários). Inversamente, se a taxa de mortalidade excede a taxa de natalidade, a população perde progressivamente tamanho.
Taxa de mortalidade
Es o número de mortes, quaisquer que sejam as causas, em um determinado período. A taxa de mortalidade pode ser específica, como a mortalidade infantil ou aquela que faz uma estatística sobre suas causas.
Geralmente é usado para descobrir quanto e com que idade os membros de uma população morrem. Se a taxa de mortalidade é alta, as causas geralmente devem ser rastreadas: podem ser devido a uma alta ou jovem incidência de doenças, situações de guerra ou escassez de bens essenciais (como alimentos).
importância estratégica
demografia é uma ciência de vital importância para o planejamento de países e regiões. Ao entender como sua população se comporta, muitas das soluções para os problemas podem ser determinadas e decisões estratégicas podem ser tomadas a tempo de melhorar a vida das comunidades.
Por exemplo, na área de saúde pública e epidemiologia, compreender a dinâmica migratória de uma população, bem como a sua constituição (idade média, características físicas, etc.) É usado até mesmo para planejar a produção de alimentos.