Explicamos o que é o Mercosul, os objetivos para os quais foi criado e quais são as principais características deste acordo.

Mercosul
O Mercosul tornou-se um setor de importância econômica global.

O que é o Mercosul?

Mercosul é a sigla para Mercado Comum do Sul, uma iniciativa de integração regional iniciada em 1991 por quatro nações sul-americanas –Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai– com o objetivo de enfrentar de forma conjunta e coordenada a crise econômica que aflige essas latitudes desde o final dos anos 1980.

Posteriormente Outras nações, como Bolívia e Venezuela, aderiram como membros plenos, e também aderiram ao Mercosul os países Chile, Colômbia, Equador, Peru, Guiana e Suriname. México e Nova Zelândia também participam como “Estados observadores”.

Mercosul Tornou-se um setor de importância econômica globalbaseado na implementação de uma zona de livre comércio, e tem grande relevância geopolítica na América Latina e no mundo, considerando também que dois de seus membros, Argentina e Brasil, fazem parte do G-20.

Veja também: União Europeia.

características do Mercosul:

  1. Rumo à integração cultural

Mercosul
O Mercosul é exercido por meio da designação de seus idiomas oficiais.

Um dos aspectos fundamentais para a consolidação do Mercosul é a assunção da própria identidade com base na pluralidade e na diferença. Um princípio revolucionário em um continente fragmentado culturalmente por sua história.

Esta união cultural é exercido através da designação dos idiomas oficiais do Mercosul: espanhol, português e guarani, bem como a livre circulação dos cidadãos pertencentes ao bloco e o estabelecimento para eles de uma área de livre residência.

  1. Uma potência econômica em ascensão

O Mercosul é considerado a área econômica mais competitiva, poderosa e desenvolvida do hemisfério sul, com um Produto Interno Bruto de 4,58 trilhões de dólares, quase 83% do índice total sul-americano. Além disso, possui uma extensão territorial de quase 13 milhões de quilômetros quadrados e mais de 275 milhões de habitantes.

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É também o maior produtor de alimentos do mundocom as maiores reservas minerais, energéticas e naturais do planeta, além das mais importantes empresas de petróleo do continente (Petrobras e PDVSA) e uma musculatura financeira desenvolvida, que inclui quatro dos maiores bancos da América Latina.

  1. a margem sul

Com a ideia de contrabalançar grupos financeiros como o FMI ou o Banco Mundial, em 2009 o Mercosul sancionou a criação do Banco do Sul, seu próprio fundo monetário baseado em Caracasdestinado a funcionar como uma força de desenvolvimento para o continente.

O Banco do Sul contava na época de sua criação com um capital inicial de 20.000 milhões de dólaresuma cifra que em meados de 2013 se situava num capital total contribuído de apenas 7.000 milhões.

  1. Um bloco com princípios democráticos

Mercosul
O Mercosul impede que qualquer país não democrático pertença ao bloco.

Os países vinculados ao Mercosul obedecem a uma carta de princípios políticos que impede qualquer país não democrático ou despótico de pertencer ao bloco. Ao par, concorda em cumprir um sistema de resolução de disputasque propõe prazos e procedimentos específicos para o enfrentamento de ocorrências internas que coloquem em risco os fundamentos do grupo.

  1. Numerosos acordos comerciais

Desde a sua criação, o Mercosul implementou uma política muito aberta de relações comerciais internacionais, a partir da assinatura de acordos com a Comunidade Andina (2008), Cuba (2006), Israel (2007), Chile (2008), Egito (2010), Palestina (2011), Índia (2009) e União Europeia (retomada de 2013). Outros países em negociações com o Mercosul incluem várias nações do Oriente Médio e a Coréia do Sul.

  1. O problema das assimetrias

Um dos desafios da integração do Mercosul decorre, paradoxalmente, da a desigualdade existente entre seus países mais poderosos e o resto do grupo. Tanto o Uruguai quanto o Paraguai fizeram eco disso, pois os coloca em desvantagem diante dos acordos internacionais estabelecidos por seus aliados mais poderosos.

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outros analistas apontam para o fato de que a constituição do Mercosul caminha para um modelo bipolar entre os modelos socioeconômicos argentino e brasileiro, já que este último possui uma variada e massiva oferta de produtos (é considerado o 6º mercado mundial) e o primeiro, por outro lado, mantém suas exportações em produtos agrícolas.

  1. O caso da Venezuela

Mercosul
O panorama venezuelano é uma fonte contínua de tensão para todo o Mercosul.

A entrada da Venezuela como membro pleno do Mercosul ocorreu no marco da crise política na República do Paraguai, que culminou com a demissão em 2012 de seu então presidente Fernando Lugo. Uma decisão que gerou polêmica, dada a proximidade entre os governos da Venezuela e da Argentina, liderados por Hugo Chávez e Cristina Fernández de Kirchner, respectivamente.

A isso se soma a profunda crise econômica, social e política que a nação caribenha vem atravessando nos últimos anos, com escassez de produtos básicos e medicamentos, dramática deterioração de sua moeda e um clima de incerteza e violenta polarização política. O panorama venezuelano é fonte contínua de tensões para todo o Mercosul.

  1. Zona de libre comercio vs. Mercado común

Mercosul
O livre comércio isentaria as nações menores de assinar a tarifa externa comum.

Diante das mencionadas desigualdades no desenvolvimento econômico dos países do bloco, muitas vozes pedem a adoção de uma Área de Livre Comércioo que isentaria as nações menores da adesão à tarifa externa comum.

Tal regime, muito mais flexível e liberal, permitiria a cada país gerir internamente as suas opções em termos de inserção internacional, mas também significaria uma maior margem de transmissão da turbulência econômica eventual para vizinhos menos favorecidos.

  1. Para uma consciência do outro

Apesar dos enormes desafios que a região enfrenta, muitos especialistas acusam uma crescente interiorização nos países do bloco de um senso histórico comum, em muitos casos mesmo assumindo as circunstâncias nacionais na perspectiva de suas possíveis repercussões nos países vizinhos. Este sentido de responsabilidade seria essencial para trilhar um caminho equitativo rumo à integração.

  1. Outros modos de integração

A criação do Comitê de Fitossanidade do Cone Sul, órgão que supervisiona a harmonização das regulamentações fitossanitárias e arbóreas, bem como a assinatura do projeto para uma patente exclusiva de bloco automotivoformam outras formas de integração sustentada que o grupo realiza.

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