Explicamos o que é o período pós-clássico, seu contexto histórico e suas características. Além disso, quais são as principais civilizações e muito mais.
O que é o Período Pós-Clássico?
O período pós-clássico corresponde a última etapa da história da América pré-colombiana, entre 900 DC. C. e 1521 d. c.
Este estágio destacou-se pela ênfase militar das culturas mesoamericanas e para o desenvolvimento do estado centralizado na região andina. Entre as principais culturas do período pós-clássico, destacam-se os impérios maia, inca e asteca.
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Cronologia americana pré-colombiana
O Período Pós-Clássico foi precedido pelo Período Clássico (200-900 DC) e é dividido em duas fases:
- Pós-clássico inicial (900-1200 dC). Nesta fase, as culturas mixteca e tolteca se desenvolveram na região mesoamericana, e a cidade maia de Chichén Itzá consolidou sua predominância na Península de Yucatán.
- Pós-clássico tardio (1200-1521 dC). Esta etapa foi caracterizada pelo desenvolvimento do Império Asteca no Vale do México e do Império Inca nos Andes centrais. Além disso, a cidade-estado maia de Mayapán consolidou seu poder em detrimento de Chichén Itzá.
Características do período pós-clássico
O período pós-clássico foi caracterizado por:
- instabilidade política mesoamericana. Na Mesoamérica, as constantes guerras pelo controle dos territórios e pela hegemonia política marcaram a ascensão e queda de inúmeras culturas.
- desenvolvimento imperial. Com o tempo, prevaleceu a hegemonia dos estados militaristas vitoriosos, como o Império Asteca. Isso implicou o desenvolvimento de um aparato estatal capaz de controlar e administrar as sociedades subjugadas, às quais impunham o pagamento de impostos e serviços.
- arquitetura defensiva. Neste contexto bélico da Mesoamérica, desenvolveu-se nos centros urbanos uma arquitetura de caráter defensivo. Várias cidades construíram muros ao seu redor, bem como valas e espaços de armazenamento de mercadorias para sobreviver em situações de crise.
- Consolidação das classes guerreiras. O aumento da atividade militar levou os grupos dirigentes a estarem diretamente ligados ao protagonismo bélico. O caráter sagrado dos governantes passou a ser relacionado à sua capacidade de impor a vitória militar sobre outros povos.
- Prosperidade de grupos comerciais. A consolidação das rotas comerciais e o aprofundamento das diferenças de classe nas sociedades mesoamericanas fizeram com que grupos de mercadores se deslocassem na escala social. A possibilidade de trazer mercadorias exóticas e luxuosas de terras distantes, que as classes dominantes usavam como símbolo de distinção, permitiu que os comerciantes enriquecessem e consolidassem seu poder político como parte das classes dominantes.
- panteão de guerra. No campo religioso, passou a predominar o culto a deuses guerreiros como Quetzalcoátl (a Serpente Emplumada), relegando-se para segundo plano os deuses ligados à chuva e à fertilidade.
- cerimonial com sacrifícios. Surgiram novas formas de culto religioso ligadas à soberania militar e política. O papel do sacrifício humano nas cerimônias religiosas consolidou-se como ato de veneração aos deuses e como símbolo de superioridade política.
- Crescimento populacional. A melhoria das técnicas agrícolas levou a uma melhoria na produção de alimentos. Isso, por sua vez, permitiu um crescimento populacional constante. A capital asteca, Tenochtitlán, chegou a abrigar mais de 300.000 habitantes e Cusco, a capital inca, mais de 200.000.
Principais civilizações do pós-clássico
Entre as principais civilizações do período pós-clássico, destacam-se:
- maias. Eles habitaram a Península de Yucatán entre 2000 a. C. e 1527 d. C. Ao longo de sua história, organizaram diferentes cidades-estados independentes com governos teocráticos. Durante o período pós-clássico, as cidades de Chichén Itzá e Mayapán consolidaram seu poder no horizonte maia.
- astecas. Eles ocuparam o Vale do México entre 1325 e 1521 DC. C. Da aliança das cidades Tenochtitlán, Texcoco e Tlacopan, criaram um império centralizado e teocrático, governado por um tlatoani. Sua sociedade era estratificada entre os eu liguei (nobres), o macehualtin (pessoas comuns) e escravos. Eles desenvolveram uma economia baseada em impostos, tecnologia agrícola e comércio.
- Mixtecas. Eles povoaram o sul da região mesoamericana desde o período pré-clássico, e criaram vários reinos independentes, governados por casais reais. A cultura Mixtec atingiu seu máximo esplendor entre 950 e 1521 DC. C. e destacou-se pelo desenvolvimento da tecnologia bélica e pela participação das mulheres nas altas esferas do poder político.
- Toltecas. Eles se estabeleceram no norte da Mesoamérica, e sua cultura predominou na região entre 900 e 1100 DC. C. Fundaram a cidade de Tollan-Xicocotitlan (hoje chamada Tula), uma cidade-Estado multiétnica de ideologia militarista. Acredita-se que sua língua principal era o nahuatl e tiveram grande influência em outras culturas da região.
- incas. Na América do Sul, eles formaram o maior império da era pré-colombiana. Eles habitaram a região andina, entre os séculos XII e XVI dC. C. e organizou um império teocrático, liderado por um monarca sagrado chamado sapa inca. Sua sociedade era estruturada em grupos comunais de parentesco, chamados famílias, através do qual se organizou a produção e o trabalho nas terras agrícolas. Seus principais deuses eram Viracocha e Inti, a quem eles adoravam como patronos da humanidade e de sua civilização.
Fim do Período Pós-Clássico
O fim do Período Pós-Clássico ocorreu com a conquista dos espanhóis. Entre 1511 e 1521, os maias resistiram às tentativas de conquista. Em 1521, Hernán Cortés conseguiu dominar Tenochtitlán, capital do Império Asteca.
De lá, ele enviou vários exércitos para a península de Yucatán. Os invasores europeus aproveitaram as disputas entre as cidades maias e, por volta de 1546, se impuseram em quase toda a península. Ao mesmo tempo, Francisco Pizarro liderou a campanha andina e conseguiu conquistar o Império Inca em 1533.
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