Explicamos o que é autobiografia e quais são suas características gerais. Além disso, as diferenças com a biografia, memória e romance.

autobiografia
A autobiografia é considerada um gênero literário.

O que é uma Autobiografia?

A autobiografia é um relato de uma vida ou parte dela, contado pela pessoa que a viveu E de sua própria perspectiva. Mostra acontecimentos que você considera importantes ou fundamentais em sua vida, seja da sua infância, adolescência ou fase adulta.

a autobiografia É considerado um gênero literário, muitas vezes situado na fronteira entre a história e a literatura, pois narra acontecimentos reais, mas o faz a partir de uma abordagem subjetiva e autoral. Relaciona-se também com a biografia, a crônica, o diário íntimo e outros gêneros confessionais de escrita.

Na atualidade há um mercado de leitura significativo para autobiografia, especialmente o de personalidades públicas, celebridades ou pessoas famosas da história. Em seus relatos vitais, costuma-se buscar algum tipo de ensinamento, visão de mundo ou revelação íntima.

Veja também: Antologia.

Características de uma autobiografia:

  1. Origem do termo

A primeira vez que esse termo foi usado foi em inglês: autobiografia, na Inglaterra do início do século XIX, em um artigo do poeta Robert Southey. No entanto, outras fontes acusam o filósofo alemão Friedrich Schlegel de tê-lo usado em seus ensaios em 1789.

  1. Fundo

autobiografia - Jean Jacques Rousseau
Jean-Jacques Rousseau escreveu sua autobiografia chamada Confissões.

Antes da existência formal do gênero, porém, já existiam textos de claro cunho autobiográfico, ainda que não fossem assim intitulados. Eles se destacam deles las confissões de Santo Agostinho (351-430 DC), livro da vida de Teresa de Jesus (1592-1641), confissões Jean-Jacques Rousseau (1712-1798) o poesia e verdade em Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832).

  1. Gênero

Dentro das artes literárias, o gênero autobiográfico, assim como o biográfico, classificação entre as obras escritas de não-ficção, no extremo oposto da ficção narrativa, com a qual partilha, no entanto, a prosa. Aproxima-se dos gêneros jornalísticos, pois parte de uma presunção de autenticidade no que é relatado pelo autobiógrafo.

  1. Técnica

autobiografia
A autobiografia lhe dá a liberdade de usar os recursos da escrita criativa.

O autor, o narrador e o protagonista costumam coincidir nas autobiografias na mesma pessoa. Isso não significa que deve ser obrigatoriamente escrita na primeira pessoa do singular (“I”)visto que a autobiografia, sendo um gênero literário, permite ao autor toda a liberdade dos recursos expressivos da escrita criativa.

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Isso significa que exagero, descrição subjetiva e, eventualmente, ficcionalização de certos eventos, pode perfeitamente encontrar seu lugar na autobiografia. De resto, a autobiografia pode ser escrita como o autor preferir.

  1. Objetividade

De uma autobiografia, como dissemos, espera-se uma certa fidelidade e autenticidade dos acontecimentos, embora não tanto pela meticulosa fidelidade histórica, mas pela abordagem muito pessoal dos acontecimentos narrados. Isso significa que na autobiografia não se deve buscar exatidão e verdade históricas, mas verdades íntimas e subjetivas que serviram ao autor para narrar os acontecimentos relevantes de sua própria trajetória de vida.

Em muitas autobiografias, eles exageram ou simplesmente mentem.como é o famoso caso de Eu preciso de amor (1992) autobiografia delirante do ator Klaus Kinski.

  1. Estrutura

autobiografia
Uma autobiografia pode começar com a infância e avançar cronologicamente.

Uma autobiografia pode escolher os acontecimentos a narrar conforme lhe aprouver dentro dos vividos pelo autor, começando onde quiser e terminando na hora que achar conveniente dentro do arco de eventos escolhidos para contar. Pode começar na infância e avançar cronologicamente até a idade adulta, pode saltar da infância para a velhice ou pode limitar-se aos eventos da adolescência.

  1. Extensão

Como nas obras literárias contemporâneas, não há exigência de extensão para a autobiografia. Pode ser tão longo quanto desejado e pode conter o número de capítulos que o autor achar adequado.

  1. Diferenças com a biografia

autobiografia
Nenhuma exigência maior é feita ao autobiógrafo do que um mínimo de sinceridade.

Diferenças entre biografia e autobiografia são determinados pelo prefixo que encabeça o segundo. Enquanto na biografia é exigido do escritor, que é uma pessoa diferente (qualquer que seja) da biografia, ser o mais fiel possível à realidade daquela vida que estuda, investigar, investigar e revisar fontes para encontrar algo próximo ao verdade e para poder recriá-la, não se exige mais do autobiógrafo do que um mínimo de sinceridade em relação à sua vida contada.

  1. Diferenças com a memória

A distinção entre autobiografia e memórias ou livros de confissão é mais complicada. Ambos os gêneros são não ficcionais e tratam da vida do próprio autor e narrador, mas a autobiografia costuma ser mais completa, mais abrangentes na vida do autor, enquanto as lembranças costumam se restringir a um momento ou evento específico, sem ir além. Ambos os termos são freqüentemente usados ​​como sinônimos.

  1. Semelhanças com a novela

autobiografia
Os romances autobiográficos relatam fatos fictícios sobre o autor.

Apesar de suas diferenças óbvias, que têm a ver com a natureza imaginativa do romance ficcional, a autobiografia é frequentemente compartilha com ele sua forma, sua estrutura e seus recursos estilísticos, a tal ponto que se pode falar em romances autobiográficos, ou seja, reelaborações ficcionais da vida do autor. Os limites entre essas abordagens, em todo caso, são difusos.

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