Explicamos o que é a economia, como surgiu e para que serve. Além disso, quais são suas características gerais, abordagens e críticas.
Qual é a economia?
Quando falamos de Economia ou Ciências Econômicas, nos referimos a uma ciência social que estuda as maneiras pelas quais as sociedades se organizam para atender às suas necessidades materiais e imateriais. Essa organização é baseada em ciclos de produção, distribuição e troca dos bens de consumo de que necessitam.
Isso significa que a economia é o estudo da as estratégias em que uma sociedade adquire ou produz seus bens de consumo. Além disso, analisa de que forma e em que medida pode satisfazer a demanda por esses bens, sejam eles tangíveis ou intangíveis.
O termo Economia também é frequentemente usado. sinônimo de desempenho econômico ou atividade econômicaou seja, para se referir à forma como os eventos econômicos e financeiros ocorrem em um país, uma empresa ou uma pessoa.
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Origem da economia
A economia era no interesse de civilizações antigas desde os tempos antigos.
Esta disciplina é observada tanto nas culturas greco-romanas clássicas como na distante Pérsia ou na China.
Durante a Idade Média, não existia como uma doutrina de estudo separada.
Porém, a especialização de certas formas econômicas contribuiu para o seu desenvolvimento.
Isso ficou evidente quando o nacionalismo econômico (mais tarde batizado de mercantilismo) governou o destino dos principais impérios europeus em expansão.
Porém, Não foi até 1776 que emergiu como um campo de estudo por direito próprio.. Isso se dará pela publicação do tratado A riqueza das Nações do escocês Adam Smith, o primeiro tratado sobre economia em larga escala.
Várias escolas de pensamento econômico
As teorias que surgiram na época de Smith são geralmente consideradas hoje como a abordagem clássica da Economia. Ao longo de quase três séculos de história, porém, surgiram outros pensadores que fundaram sua própria escola de pensamento econômico, como:
- A escola marxista. Fundamentado no pensamento de Karl Marx e principalmente em sua obra O capital (1867), no qual explicava como a propriedade dos meios de produção definiu as sociedades ao longo da história e explicava a distribuição econômica por meio da luta de classes.
- A escola keynesiana. Com base nos estudos do britânico John Maynard Keynes, produziu uma verdadeira revolução na economia, propondo que a melhor saída para uma crise econômica era o intervencionismo, ou seja, a tomada de medidas do Estado. Só assim se poderia encontrar uma solução para o problema dos ciclos econômicos: estimular a demanda e regular a oferta conforme a necessidade.
- A escola do liberalismo. Continuação dos preceitos clássicos de Smith, esta escola se resume na doutrina de “Deixe estar” ou “deixar ir”, propondo a intervenção mínima do Estado no desenvolvimento dos mercados. É a doutrina que defende a maior liberdade econômica possível.
Para que serve a economia?
A economia pode ser aplicado a uma ampla gama de situações e atividades. Por exemplo, pode ser usado para entender a precificação de bens e serviços disponíveis em uma sociedade, o comportamento dos mercados financeiros e seu impacto na sociedade.
Além disso, a economia permite estudar e antecipar o comércio internacional, ou orientar a intervenção do Estado nos mercados internos ou na distribuição do rendimento. Também pode fornecer dados que aprimorem os métodos de combate à pobreza, ou mesmo as teorias do crescimento e dos ciclos econômicos.
Objeto de estudo da economia
O objeto de estudo da Economia pode ser resumido em três eixos fundamentais:
- Os processos de extração, produção, distribuição, troca e consumo de bens e serviços requeridos por uma sociedade.
- Os modelos possíveis de satisfação das necessidades humanas (infinitas) a partir do conjunto de recursos disponíveis (finitas).
- A forma financeira pela qual as pessoas e as sociedades sobrevivem, comercializam, prosperam e operam.
Abordagens à economia
A análise econômica de uma sociedade ou comunidade pode ser muito diversificada. Dependendo da abordagem, uma ou outra variável será considerada. Entre as principais perspectivas da economia temos:
- Economia teórica e economia empírica. A primeira busca definir modelos racionais de funcionamento econômico para equilibrar diferentes sociedades, enquanto a segunda confirma ou refuta esses modelos por meio de sua aplicação ou revendo a história econômica das nações.
- Microeconomia e Macroeconomia. A primeira refere-se às escolhas feitas pelos agentes econômicos (indivíduos, empresas e governos) em relação às trocas econômicas; enquanto a segunda contempla o sistema econômico internacional, quando não global, em nível panorâmico.
- Economia normativa e economia positiva. A primeira contempla o dever da economia, perseguindo suas regras possíveis; a segunda estuda o comportamento econômico como uma matéria viva e mutável.
- Economia ortodoxa e heterodoxa. Essa diferença é de cunho acadêmico: a primeira tenta entender a economia por meio dos conceitos de racionalidade-individualismo-equilíbrio e é mais comumente ensinada nas universidades. A segunda, por outro lado, engloba diferentes e heterogêneas correntes de análise econômica baseadas nos conceitos de instituições-história-estrutura social.
Oferta e demanda
Um conceito chave e fundamental na compreensão econômica contemporânea é o de oferta e demanda. A “oferta” é a quantidade de produção disponível para satisfazer as necessidades da população. A “demanda” é justamente a necessidade total desses bens ou itens pela sociedade.
A relação entre oferta e demanda tem inúmeras consequências econômicas.. Por exemplo, quando a oferta de um bem é muito baixa para os níveis de demanda, ocorrem desabastecimentos e aumentos de preços. Ao contrário, quando a oferta supera em muito a demanda, ocorre a depreciação do item.
Por que a economia é importante?
O estudo econômico é muito importante porque lida com os grandes dilemas de cada sistema social. Entre eles estão como satisfazer nossas necessidades, como realizar as trocas necessárias, como recompensar o trabalho. Mesmo que o futuro traga sociedades muito diferentes, essas questões permanecerão centrais.
sistemas econômicos
Existem vários sistemas econômicos possíveis, cada um dos quais contempla as regras da economia, como a intervenção do Estado ou a presença da propriedade privada. Isso pode ser resumido como:
- Economias capitalistas ou liberais. A propriedade privada é considerada um direito fundamental e se privilegia a mínima intervenção possível do Estado, permitindo que a oferta e a demanda regulem o mercado por suas próprias leis.
- Economias socialistas ou controladas. O Estado intervém para movimentar a economia e não deixa as coisas na “mão invisível” do mercado. Nelas, a propriedade privada tende a diminuir em favor da propriedade social ou comunal, e as regulamentações são frequentes e constantes.
- Economias mistas. Aqueles em que se empreende um caminho intermediário, com liberdades econômicas, mas certas intervenções do Estado, para redirecionar a economia quando necessário.
Quais ciências a economia usa?
O estudo econômico é por definição multidisciplinar. Entre as ciências e disciplinas das quais se baseia estão psicologia, filosofia, história, sociologia, política, direito e, acima de tudo, matemática, estatística e administração.
Por que a economia é criticada?
Desde o século XIX, os preceitos propostos pela economia não são tomados como verdades absolutas, mas criticados abertamente. Por exemplo, Thomas Carlyle chamou de “Ciência Sombria”.porque naquela época ele apenas previa fome e miséria para o futuro da humanidade.
Na verdade, o estudo econômico é algo independente das doutrinas que são executadas em seu nome. Porém, quando um preceito teórico é apresentado como uma verdade incontestável, é natural que a crítica a ele se espalhe por toda a disciplina.