Explicamos quais são as funções da linguagem, as várias funções que cumprem e quais são as características gerais de cada uma.
O que são funções de linguagem?
As funções da linguagem são os propósitos para os quais a linguagem falada ou escrita é usada.
As disciplinas que estudam as funções da linguagem são a linguística e a comunicação. Isso porque, para compreender suas funções, a linguagem deve ser compreendida como um ato comunicativo no qual estão envolvidos diferentes elementos:
- Transmissor. É a pessoa ou grupo de pessoas que fala ou escreve. Ou seja, quem inicia a comunicação.
- Receptor. É quem recebe a mensagem, ou seja, a quem se dirige a comunicação.
- Canal. É o meio pelo qual a mensagem é transmitida. Pode ser o som, o telefone, a escrita, etc.
- Código. No caso da linguagem, é a própria linguagem.
- Mensagem. É o conteúdo do que é transmitido (informação).
- Referente. É disso que a mensagem está falando. Por exemplo, se Juan diz a Pablo que a rua principal inundou, os referentes são a rua e a inundação.
- Contexto de enunciação. São as circunstâncias em que a mensagem é emitida, que podem modificá-la. Por exemplo, se uma pessoa disser “Na frente desta enorme multidão” enquanto na verdade fala na frente de uma multidão, a mensagem é levada a sério. Por outro lado, se ele disser a mesma frase na frente de duas pessoas, a mensagem é interpretada como uma piada ou ironia.
Cada uma das funções da linguagem enfatiza um elemento diferente de comunicação.
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Função referencial ou informativa
O idioma nesta função é usado para fornecer informações sobre o referenciador. As frases mais frequentes são declarativas ou declarativas.
É importante notar que a função referencial Pode ser usado em textos que se referem à realidadepor exemplo, textos jornalísticos e também em textos que se referem à ficção, como contos e romances.
Esta função também usado na forma pura (ou seja, não combinado com outras funções da linguagem) principalmente em textos científicos.
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Función emotiva o expresiva
A linguagem cumpre a função de transmitir o humor ou pensamentos do remetente. Frases exclamativas e interjeições são usadas mais do que em outras funções de linguagem, por exemplo, “ai!” ou “Que lindo!”
No entanto, também frases declarativas podem ser usadas para descrever sentimentos ou qualidades avaliativas dos objetos, por exemplo “Fiquei muito feliz em ver os pezinhos da minha querida filha dando os primeiros passos”.
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função conativa ou apelativa
esta função visa promover no receptor da mensagem alguma atitude ou ação. A função conativa é encontrada em todas as perguntas, pois pedem uma resposta do receptor, por exemplo: “Qual é o seu nome?”
Além disso encontrado em frases imperativaspor exemplo “Feche a janela, por favor.”
Pode te ajudar: Textos argumentativos
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Función fática o relacional
O idioma nesta função é usado para iniciar, interromper, continuar ou terminar o ato comunicativo. Esta função é usada para verificar ou fazer alterações no canal de comunicação.
Por exemplo, Ao atender o telefone, a função fática é usada ao dizer “Alô?”e esta fórmula de saudação indica que o canal de comunicação foi aberto.
Por outro lado, fórmulas de saudação também podem ser usadas pessoalmente para iniciar uma conversa: “olá”, “com licença” ou “como vai você?” são exemplos de função fática para iniciar a comunicação.
Para interromper temporariamente a comunicação e depois retomá-la, outras fórmulas são usadas como “espere um minuto”, “como eu estava dizendo”, “o que você estava me dizendo?”
Para encerrar a comunicação, são utilizadas fórmulas de despedidacomo “tchau”, “até logo”, ou mesmo em discursos ou apresentações perante uma plateia termina com “muito obrigado”.
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função metalinguística
esta função é usado para falar sobre o próprio idioma, ou seja, o código. Por exemplo: “Alguém sabe a sílaba da palavra cooperativa?” e “Sonia é um nome que vem da língua russa”.
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Função poética ou estética
Esta função é usada quando a própria mensagem quer ser destacada. Ou seja, as palavras e estruturas usadas no ato comunicativo.
A estrutura interna da mensagem torna-se importante e, em alguns casos, o sinal usado (a palavra) torna-se mais relevante do que seu referente (o que está sendo falado).
esta função é usado sempre que a linguagem é usada como arte, por exemplo em poesia, música com palavras e narrativa. Por outro lado, também é usado na retórica.
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Funções de linguagem sobrepostas
no uso normal da linguagem suas funções podem ser combinadas no mesmo discurso ou mesmo aparecem sobrepostos. Por exemplo: “Centenas de hectares de floresta são desmatados por multinacionais dedicadas à construção. Assine esta petição para detê-los.” No exemplo, a primeira frase é principalmente informativa, porém, é a base para a função apelativa da segunda frase.
Em outros casos duas funções podem ter a mesma importância simultaneamente: “Nesta tradicional aldeia japonesa, todas as casas são construídas em madeira e dão a sensação de terem parado no tempo, com os seus laboriosos agricultores no verão e no outono, com as suas chaminés fumegantes no inverno e as espessas camadas de neve que se acumulam nas encostas telhados. Nas noites frias, as fachadas das casas são iluminadas com lanternas, dando uma agradável sensação de aconchego em meio à brancura.”
No exemplo, o texto cumpre a função referencial, pois fornece informações sobre o aspecto da cidade. Mas, por outro lado, foi escrito de forma agradável de ler, ou seja, priorizando também a função poética.
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Roman Jackobson
Roman Jackobson (1896 – 1982) foi um linguista russo que funções de linguagem identificadas e classificadas como atualmente os estudamos. Ele estudou na Universidade de Moscou e depois lecionou nas universidades de Copenhague (Dinamarca), Oslo (Noruega) e Uppsala (Suécia).
Jacobson pegou um modelo anterior de Karl Bülerque distinguiu três funções (representativa, expressiva e apelativa) e aumentou sua complexidade para dar conta de todos os fatores de comunicação.
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Michael Halliday
Este linguista inglês questionou a classificação de Jackson e no final do século XX propôs três grandes funções da linguagem:
- ideacional. Expressa e estabelece as relações entre o locutor e o mundo circundante.
- Interpessoal. Permite estabelecer relações sociais.
- Textual. Está associado a um dos anteriores para manter a coesão entre as partes do discurso e também entre o discurso e o contexto em que é proferido.
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atos de fala
L. Austin e John Searle propuseram outra maneira de pensar sobre a linguagem em termos de “atos de fala”. Esses autores não buscavam funções, mas atividades de linguagem:
- atividade locutiva. É o que se diz.
- atividade ilocucionária. Há uma intenção por parte do falante de fazer algo no momento da fala. Por exemplo, ao dizer “eu juro que não te conheço”, você não está apenas falando, mas também xingando.
- atividade perlocucionária. É o que se consegue graças à fala, por exemplo, um efeito ou reação no ouvinte.